segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Cloaca News: ZERO HORA LEVA O OSCAR DA EMPULHAÇÃO

Cloaca News: ZERO HORA LEVA O OSCAR DA EMPULHAÇÃO: . Clique para ampliar a imagem . O pobre diabo do leitor que abriu a edição do último domingo, 17, do tabloide Zero Hora , deparou...

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

sábado, 16 de novembro de 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

NINGUÉM DEFINIU MELHOR DO QUE A SOCIALISTA MORENA


Nem todo direitista é derrotista, mas todo derrotista é direitista. Reparem no capricho do léxico: as duas palavras são quase idênticas. Ambas têm dez letras, soam similares e até rimam. Se você tem dúvida se alguém é de direita observe essas características. Começou a falar mal do Brasil e dos brasileiros, a demonstrar desprezo por tudo daqui, a comparar de forma depreciativa com outros países, é batata. Derrotista/direitista detectado.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Welcome to Earth [HD]

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013




O Mapa

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...
Mario Quintana

sábado, 14 de setembro de 2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013


                       LINDO  ALVOROÇO.

            Hoje, dia lindo, quase verão, uma amiga me perguntou: “Será que chegou o verão?” Eu, “medíocre como político”, respondi-lhe: “Creio que ainda teremos frentes frias...” Ela, que desejava que eu lhe prometesse o Sol, fez cara de amuada; continuei “Repara, fulana, se tu, que és uma mulher inteligente, ficas contrariada com esta resposta, como um povo ignaro elegeria alguém que, antes das eleições, dissesse a verdade nua e crua?” Rimos juntos...
Fazia tempo que nada acontecia nesta terra. As privatizações do final do último milênio associadas à revolução tecnológica – computadores pessoais, telefones celulares, cartões de crédito etc. - deram início a uma ciranda consumista que anestesiou o mundo inteiro, que a nada reagia; tanto que andei instigando a que se lesse o livro “Indignai-vos!”, de Stéphane Hessel para ver se alguém despertava para voltar a atuar historicamente.
“A vida vem em ondas como um mar” (Lulu Santos). Estávamos vivendo um recalmão, aquela calmaria, geralmente morna e abafada, que antecede fortes temporais. Estes protestos populares, alegando aumento no preço dos transportes, e, agora, os protestos contra a vinda de médicos estrangeiros, nada mais são que as primeiras ondas anunciando a procela iminente. Pra variar, as explicações para este fenômeno são simplistas e apenas espelham os interesses de cada facção política, pois a muito poucos interessa saber da complexidade dos fenômenos. O estéril jogo de mútuas acusações, típico de uma política pobre, por sua vez consequente de um povo não educado para tal, ofusca qualquer possibilidade de compreensão dos fenômenos.
Num simples “efeito dominó” em que uma peça derruba a seguinte, o fenômeno não se reduz ao fato de uma pedra cair sobre a outra; para que a primeira caísse, foi necessária a vontade de alguém para que a derrubasse. O que moveu essa vontade?
No caso presente, vejo uma infinidade de fatores que teriam levado esse mar de consumidores a uma perplexidade exasperante diante do vazio que se sente após cada nova aquisição: os períodos de “felicidade” cada vez mais curtos, até que passam a nada mais representar, pois, já ao adquirir um novo brinquedo, o consumidor antevê o gosto amargo da frustração iminente, como quem, enjoado de transar com determinado parceiro(a), mesmo assim vai pra cama com ele(a); no dia seguinte está de mau humor. Um povo frustrado é como uma bomba relógio: questão de tempo. Para povo despreparado basta pão e circo; Sair deste círculo vicioso, só mesmo com educação política, nas escolas e nos meios de comunicação.
Até lá, aguentem mentiras, mas façam bastante alvoroço! É perigoso, mas, no fundo, saudável. Bem melhor do que aquela apatia. Mas tentem pensar um pouquinho, olhar um pouco mais longe: isto também é saudável.
miguel angelo

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

                               Acrilico sobre tela. 1m00 x 0m80 -  Vendido  para New York.

sábado, 24 de agosto de 2013


           PORQUE HOJE É SÁBADO

quarta-feira, 21 de agosto de 2013


                                  HANNAH ARENDT -FILME

    Trata da história de uma judia que sofreu na pele, todas as violências e preconceitos de uma época. Foi prisioneira em um campo de concentração da alemanha hitlerista e depois (talvez até hoje) de uma mentalidade burocrática e preconceituosa durante e depois da  segunda guerra,  Por defender suas idéias ,colocando em xeque o pensamento mediano de uma intelectualidade acadêmica. Hannah Arendt, filósofa de formação e pensadora política por consequência,ao posicionar-se de uma maneira diferente da grande opinião pública durante o julgamento de Adolf Heichmann , obriga a uma reflexão mais ampla e profunda em relação ao assunto. O filme,em momento algum cede ao fácil ou caricato. Tratado com muita seriedade,mantem o centro da ação à discussão da idéia central da "Banalização do mal" termo criado pela filósofa para exprimir e explicar o que enxergou neste julgamento. Dirigido pela alemã Margarethe Von Trotta,faz justiça a uma judia que sabia pensar e teve a coragem de expressar. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

                                     
                                                    A COPA DO MUNDO É NOSSA !
Dias destes li um artigo sobre as atividades que mais faturam nos E.U.A. E pasme, não é a industria farmacêutica, nem a informática muito menos a industria da guerra.   A atividade que mais fatura e cria empregos nos EEUU, é a industria do entretenimento. Leia-se cinema,teatro,literatura,esportes, etc,etc. Nos E.U.A, a industria do Esporte gera 613 BILHÕES de dólares por ano. no Brasil, em média 31 Bilhões de dólares. Estes dados já estão desatualizados pois eram do ano de 2002,mas servem para dar uma idéia .  Nos EUA, SÓ a indústria do esporte  representa impressionantes 6,7% do PIB (Dados de 2002). 
  Onde quero chegar com estes números?? Na perfeita atitude do governo ao aprovar e apoiar o investimento na construção de novos estádios e de toda uma infra estrutura para a Copa do Mundo. Investimentos estes que vieram de vários setores, inclusive do próprio Governo Federal. 
   
         A parte dura desta história é ver cabeças coroadas e outras nem tanto, esgoelando-se contra ! Aliás, é o que a Classe Média brasileira mais sabe fazer. Reclamar. Reclamam de tudo,na maioria das vezes sem conhecer o assunto ou só de ouvir falar.    O lucro das construtoras e empreiteiras já foram classificado de roubo imediatamente. Como se empresas fossem trabalhar de graça.A discussão segue sem nenhum critério nem informação ,fomentada por aquele grupo que quer ver o circo pegar fogo. Não imaginam nem procuram  informar-se  sobre como funciona o sistema de financiamento público, ressarcimentos, garantias,etc,etc. Mas JÁ SABEM que estão roubando. Mas não é "privilégio" nosso. Foi assim na Copa da Inglaterra,Espanha, Alemanha, etc. A turma do "contra" se manifestando. Não compreendem  a importância destes estádios para os esportes no Brasil. Não entendem o significado do termo Qualidade. Que esta qualidade em qualquer setor faz um povo mais exigente para que o mesmo ocorra em outros. Que contribui enormemente para geração de empregos permanentes e melhor qualificação em todos os sentidos. Usei o exemplo Norte Americano pois é o mais emblemático e o que costumeiramente usamos como comparação.Agora não imagino os americanos do norte deixando a corrida espacial de lado porque custa caro e primeiro têm que socorrer a saude pública. Muita gente não compreende a importância de ambos.E olhem que a saúde pública nos EUA é um caos.

         A propósito. para a Copa de 2022 nos EUA, TODOS os estádios já estão prontos. E pagos...

sábado, 20 de julho de 2013


                                          Meu vizinho genocida
                                                                                   Contardo Calligaris 


Por que preferiríamos ser funcionários do horror a conviver com as incertezas do juízo moral?
Escrevi minha tese de doutorado de 1980 a 1991. No fundo, trata-se de um longa meditação sobre a ideia central de Hannah Arendt em "Eichmann em Jerusalém "" Um Relato sobre a Banalidade do Mal" (Companhia das Letras).
Por isso, era inevitável que eu corresse para ver o filme de Margarethe von Trotta, que acaba de estrear, "Hannah Arendt". Tanto mais que ele narra especificamente os anos da vida de Arendt em que ela assistiu ao processo de Eichmann e relatou sua experiência para os leitores da revista "The New Yorker" (e, logo depois, no livro que citei).
Os artigos foram recebidos por uma salva de injúrias e ameaças. Mas, quando eu me interessei pela questão, a ideia de Arendt em "Eichmann em Jerusalém" já era universalmente aceita no campo dos "Holocaust Studies". Nota: a palavra "holocausto" evoca para mim um sacrifício, como se as mortes pudessem ser algum tipo de expiação; por isso, prefiro a palavra genocídio, que diz a verdade sobre a intenção dos assassinos.
Mas vamos por partes. Adolf Eichmann, tenente-coronel da SS, foi responsável pela logística do genocídio dos judeus pela Alemanha nazista. Em 1960, enquanto vivia escondido na Argentina, Eichmann foi capturado pelo Mossad israelense e levado a Jerusalém para ser processado.
Nessa altura, Arendt já tinha publicado há tempos (em 1951) seu "Origens do Totalitarismo" (Companhia das Letras). Fato extraordinário para a época, Arendt examinava os totalitarismos do século 20 levando stalinismo e nazismo para um mesmo tribunal. Ela encontrava as origens do totalitarismo do século 20 no imperialismo colonialista e no racismo (ideias, convicções, tanto das elites como dos povos).
Pois bem, dez anos mais tarde, Arendt saía do processo de Eichmann pensando diferente: as convicções (por exemplo, antissemitas) dos funcionários do regime não bastavam para explicar o que os tinha transformado em assassinos genocidas, e o totalitarismo tinha sido possível não graças aos entusiasmos ideais de sua tropa, mas, ao contrário, graças a personagens quaisquer e banais, facilmente dispostos a abdicar sua faculdade de pensar.
Eichmann era um pateta --os filmados do processo, que o filme mostra, são extraordinários para sentir a

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O GATINHO DE 40 BILHÕES DE REAIS.


                O GATINHO DE 40 BILHÕES DE REAIS.

Saí do bairro da Aclimação , 6 da manhã , com o dia  clareando. Destino Aeroporto  de guarulho, buscar amigos chegando de viagem. Dirijo pouco em São Paulo mas ando bastante. O carro com GPS não identificava  o endereço do aeroporto, então fomos no método tradicional. Duas horas depois,finalmente ,cheguei. O Pessoal já esperando há um bom tempo. Voltei contando as peripécias e as marchas e contra-marchas  para   conseguir chegar ao aeroporto. Um dos amigos, paulistano nato,  consolou-me dizendo que dirige DIÁRIAMENTE há mais de 30 anos em São Paulo e é comum perder-se momentaneamente e acabar dando voltas mais que o necessário.
               Meio –dia noticiário da Globo informa que segundo um levantamento feito por órgãos competentes o Trânsito em São Paulo custa aos paulistas a bagatela de 40 BILHÕES de reais por ano. 40 BILHÕES ! Do combustível ao tempo perdido em engarrafamentos sem fim. Fiquei pensando na minha pequena viagem até o aeroporto em que ,tateando no escuro consegui encontrar, pois a sinalização é simplesmente inexistente, ou muito precária. Fiquei imaginando se estes mesmos “Órgãos Competentes” que fizeram aquela avaliação do custo do trânsito ,seriam capazes  de calcular o tempo perdido  por milhares  pessoas ,diáriamente, tentando achar uma rua, uma avenida,um endereço qualquer. No tempo perdido até o motorista se dar conta que deveria ter mudado de pista a 100 metros atrás e agora não mais conseguir entrar por onde deveria seguir. Aquele tempo perdido da pequena desacelerada para conferir o reconhecimento de onde se quer ir e os quilômetros de carros atrás que também se obrigam a diminuir suas velocidades até pararem? Se parte deste dinheiro todo fosse investido em uma coisa simples chamada SINALIZAÇÃO , isto não poderia trazer uma contribuição enorme ao trânsito? Quem consegue calcular?? Não é possível que se persigam metas fantásticas  e  que  pequenas atitudes , de grandes resultados, acabem sendo mal feitas ou ignoradas? Será que se governos Estadual e Municipal resolvessem trabalhar juntos sinalizando ruas e avenidas, por cima, pelos lados e na própria pista não seria possível uma melhora considerável no trânsito?  Sabemos que o remédio ministrado diariamente em pequenas gotinhas curam  doenças graves. Uma atitude permanente dos órgãos competentes poderiam minimizar muito esta situação caótica. São Paulo e seus governantes tem a obrigação de colocarem os pés no chão. Não existe uma saída mágica. Nem solução sem muito trabalho. O mínimo,digo MÍNIMO que se pode fazer JÁ, AGORA, É SINALIZAR E ORIENTAR ESTE TRÂNSITO.  Pode não solucionar tudo, mas este problema fica resolvido. E pode-se ir tratando de outras atitudes.
   Quanto ao gatinho, um amigo falou-me que quando posta algum assunto relevante, pouca gente lê. Quando posta a foto de um gatinho,são centenas de curtidas,comentários e compartilhamentos. Talvez isto nos diga que devemos ter  grande parte da culpa do caos neste trânsito

terça-feira, 25 de junho de 2013


sábado, 22 de junho de 2013

     
   
                                  É belo ser jovem

            No “Guerra e Paz”, a certa altura Tolstói descreve a rapaziada fazendo estripulias e diz “As cabeças jovens foram feitas para dar cabeçadas; e como resistem!” A juventude é, geralmente, impetuosa. Nosso Geraldo Vandré sofismou quando disse “Quem sabe faz a hora...” Não era tão jovem, mas ainda o era um tanto. É lindo ver os jovens, cheios de energia, ousando, desafiando. Perfeito seria se eles soubessem realmente o caminho e fossem unidos.
            Alguém dirá que eles são unidos. Serão? Desconfio que ainda estamos muito distantes da necessária união para que tenhamos uma luta proveitosa. Os senhores da grana te um objetivo claro em comum em torno do qual se unem: a defesa de seus bens. Estes estão bem estabelecidos e aparelhados para manter seus privilégios, principalmente a posse dos meios de comunicação e ausência de escrúpulos, suas duas maiores armas. Enquanto os jovens lutam de peito aberto, eles se articulam nos bastidores em encontros secretos e se divertem observando a rapaziada fazendo alarde, pois sabem que, no fim, vai dar em nada.
            Deram alguns tiros com balas de borracha e se aperceberam da mancada: recuaram estrategicamente, pediram desculpas, retiraram o anunciado aumento das passagens. E agora? Com tantos descaminhos a serem corrigidos, quem vai liderar as próximas reivindicações. Os políticos são corruptos, mas quem os vai substituir? Vamos trocar seis por meia dúzia? De onde vamos sacar políticos honestos que nos representem?
            Não estou querendo desanimar ninguém, mas, se querem avançar, tem que ter alguma proposta concreta, consistente. A palavra educação, que é a coisa mais fundamental de todas que se pode pretender, tem que ser entendida na sua real extensão. Educação não se resolve apenas com escolas melhor equipadas e/ou professores melhor pagos. Cumpre, sim, que nos eduquemos num processo de auto crítica; eis o nó! Fácil é falar em educação; quase impossível é convencer um povo viciado na corrupção a se corrigir, ser honesto.
            É isto aí, meus queridos jovens, não vai ser fácil sair da zona de conforto, no entanto é atitude indispensável. Gritar de longe, na multidão é uma coisa, difícil é peitar os problemas caso a caso; nesse momento a maioria desiste. Todos querem ser respeitados, mas poucos realmente respeitam o direito dos outros. No dia em que este quadro mudar, então poderemos ter esperança de mudança de fato, pois então a revolução já estará em andamento. Revolução só acontece com mudança interior, na cultura, naquilo em que acreditamos e fazemos.
            Cobrar honestidade dos outros tem que ter nossa contrapartida; isto exige prática e é difícil. Mas vale o esforço.
            Não desistam, jovens!
            miguel angelo
            220613

domingo, 16 de junho de 2013

sábado, 15 de junho de 2013

Judeu é...


                                      Linda Música Triste
          
            Nem sempre a alegria é o melhor lugar.
            Recebi uma mensagem com um anexo que contém uma música, cujo nome ignoro, que me soa agradável, mas simultaneamente mui triste. Ela toca, toca, repetindo-se indefinidamente; ouço-a com profunda tristeza, uma tristeza que me leva num voo panorâmico sobre a humanidade tão sofrida. Parece-me sentir toda dor do mundo; não a dor física, mas a angústia que, imagino, perturba a todos, que é aquela do não se saber o que somos na vida.
            Buscam-se tantas explicações, bengalas, religiões, no entanto nada sabemos de fato. Somos, como nesta música, exilados numa nau sem rumo, cujo destino, se há, ignoramos.
            Talvez eu seja presunçoso ao imaginar que todos sentem isto; talvez a maioria da humanidade viva aferrada a certezas de paraísos prometidos. Como não creio em paraísos, sofro esta angústia. Sofro e não sofro, já que a dúvida, ou uma quase certeza do nada, me é até prazerosa. Contradições e mais contradições; esta, mais uma. Como pode uma dor causar prazer? Mas é. Prazer e dor são irmãos siameses, indissociáveis. No máximo do prazer, sentimos a dor da perda possível e quase certa. É o que esta música me faz sentir; ela me diz que tudo tem um final. Em sua tristeza infinita e indescritível, ela me revela a caminhada vã da humanidade inteira; caminhada em busca do Eldorado, da felicidade perene, do final feliz tão introjetado em nossa cultura.
            Ah, como é triste esta linda música!
            Os olhos marejados e um imenso prazer... Ela se repete, repete e não canso de ouvi-la, como um ópio; ouço-a como num prolongado orgasmo. Tenho medo do silêncio que terei no final. Parece-me que, enquanto ela permanecer, os males do mundo ficarão em suspenso, estarão numa trégua; que eu, ao polarizar essa dor, alivio toda dor do mundo. Sei que é pura ilusão, mas a vida, afinal, o que é senão pura ilusão?
            Ah, como é linda esta música triste!
            Vejo um mundo cheio de flores; rosas perfumadas à beira de cascatas de águas claras e de branca espuma. Vejo as ondas do mar chegando tranquilas a uma praia de areia branca. Um vestido, também branco, esvoaçante, bailando graciosamente numa alegria sem fim, contesta toda dor contida nesta melodia mágica que me envolve em seu manto morno – enganoso?
            Afinal, o que é a música senão uma impressão. Que riam os tolos que por tolo me tomam. Não rio deles; lamento-os apenas. Quanto perdem por falta de sensibilidade! Talvez seja isto que esta música me diz.
            O quê?
            .......
            miguel angelo
            150613

domingo, 2 de junho de 2013

                     

                          IMPERDÍVEL !


O Banheiro do Papa

Uma azarada história real


 

O Banheiro do Papa

El  s créditos iniciais já avisam: O Banheiro do Papa (El baño del Papa) é baseado numa história real, que só poderia ter acontecido por uma tremenda falta de sorte.
A incrível história começa algumas poucas semanas antes da visita do papa João Paulo II a Melo, cidadezinha uruguaia quase na fronteira com o Brasil, em 1988. A presença do Sumo Pontífice causa furor na população do lugarejo, mas essa comoção não tem nada de religiosa... a visita atrairá 20 mil brasileiros ao lugar. Ou mesmo 40 mil. 60, dizem alguns.
Toda essa brasileirada terá que comer, e Melo inteira prepara-se como pode para alimentá-los, sonhando com a riqueza dos Cruzeiros vizinhos. Endividam-se... e tome montagem de barracas de linguiça, torta, bandeirola, churrasquinho, empanada...
Mas o simpático Beto tem outros planos. Pequeno contrabandista para as vendinhas locais - ele atravessa a fronteira duas vezes ao dia de bicicleta velha, carregando porcarias e fugindo dos oficiais aduaneiros -, ele pensa além de seus compatriotas. Se os brasileiros vão comer tanto assim, terão que se aliviar. Para tanto, precisarão de um banheiro! E lá vai Beto arrumar dinheiro para os blocos, canos, porta de luxo... só falta mesmo o vaso. Mas esse ele vai buscar ali, rapidinho, do outro lado da fronteira.
A tragicomédia, uma co-produção entre Brasil, Uruguai e França, é irretocável. Os diretores uruguaios Enrique Fernandez e Cesar Charlone  (o celebrado diretor de fotografia de Cidade de Deus) foram muito felizes com o ângulo que encontraram para o filme. O Banheiro do Papa é engraçado e ao mesmo tempo tristíssimo, mas sempre otimista. Suas sutis observações sobre a fé, o capitalismo, a sociedade e a mídia não parecem nunca lições de moral - e são absorvidas em meio à bem contada história.
Igualmente excepcional é a seleção do elenco. César Trancoso, o Beto, é um ator incrível. Seu momento de epifania, quando lhe surge a idéia do banheiro, chega a ser emocionante. O sujeito mexe duas rugas e pronto... lê-se em seu rosto tudo o que ele está pensando. Como esse, há outros vinte momentos marcantes. Quando divide a tela com Virginia Mendez (que vive a esposa), então... dá vontade de reecontrá-los sempre.

terça-feira, 28 de maio de 2013

segunda-feira, 27 de maio de 2013




                                                 Inteligência ou intuição?

             O filme “O Enigma de Kaspar Hauser” (que está completo e legendado no Youtube), ‘cujo título significa, em tradução literal, "cada um por si e Deus contra todos" narra a história de Kaspar Hauser, uma criança abandonada envolta em mistério, encontrada na Alemanha Ocidental do século XIX, com alegadas ligações à família real de Baden’ A certa altura da história, Kaspar, cuja inteligência estava sendo questionada, é abordado por um professor que apresenta um conhecido problema de lógica: “Perto de onde você mora há duas aldeias; numa todos mentem, na outra, todos falam a verdade. Você vem pelo caminho que chega a ambas aldeias e se depara com alguém que vem de uma delas; como saber se ele mente ou fala a verdade? Para você ter certeza você tem uma e só uma pergunta a fazer ao indivíduo...” e a seguir lhe mostra a lógica da dupla negação. Kaspar, então, lhe diz que tem outra pergunta que resolve a charada e, ao atônito professor, diz: “Pergunto a ele se ele é uma rã; se mente, dirá que sim; se fala a verdade dirá que não” Nervoso o professor alega que isto não é lógica e blá, blá, blá.
             
            Ora, há milênios a humanidade é machista; como os machos tem mais facilidade para a lógica, impõem-na como máximo valor cultural. Na Idade Média, em nome de Deus mandaram pra fogueira muitas mulheres sob a acusação de bruxaria. Posteriormente, muitos descreram desse deus único ou de qualquer outro, ficando unicamente com o racionalismo lógico; com isto, enrijeceram o cérebro, tirando-lhe a flexibilidade que lhe restava: o divino, uma fuga, pelo menos. Agora, com a Física Quântica entrando em ação, estão caindo esses tabus e os humanos iniciam um novo percurso filosófico, reconhecendo que a feminilidade, nas mulheres ou na parte que cabe a muitos homens que se flexibilizam, lhes abre uma nova senda nesse emaranhado com que se depara na busca por um sentido pra vida.
            É uma luz que surge no horizonte humano, bem no momento em que parece que o tudo vai acabar. A mulher se emancipando e assumindo lugar de destaque no mundo pode vir a ser a salvação dessa “Nau de Insensatos”.
            A lógica, tão masculina e ambiciosa de tudo explicar, empacou no infinitesimal; a exigência de se apresentar prova/explicação para tudo acabou pondo limites à ciência, tão incensada pelo mundo predominantemente masculino, e a constatação de que cada resposta gera uma nova pergunta levou essa lógica a se curvar diante da intuição, essa coisa fluída, inexplicável e equivocadamente atribuída exclusivamente às mulheres. Engano: intuição é atalho para o espiritual e disponível também aos homens.
Está ganhando muitos adeptos a constatação de que “há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia”; como todo caminho novo,  esta mudança de paradigma interpõe seus perigos e descaminhos, mas, com o tempo, se imporá como a, talvez, última esperança filosófica humana que possa dar algum sentido pra vida.
miguel angelo

quinta-feira, 2 de maio de 2013



              Nem tudo é como HOJE a imprensa diz. Ela já disse diferente.Leia.



julho 02, 2011

O PLANO REAL, CRIADO NO GOV. ITAMAR POR RUBENS RICUPERO, NEM BEM ADMINISTRADO FOI POR FHC

VEJA ALGUMAS MATÉRIAS QUE COMPROVAM QUE O PLANO REAL DURANTE O GOVERNO DE FHC ERA QUASE UM FRACASSO

Parece até mentira mais não é, coloquei os link da notícias do próprio Estadão.

Essa era a situação econômica no Brasil no final dos oito anos do PSDB do FHC:

Banco inglês diz que economia brasileira "está estagnada"
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Clima econômico está tão ruim quanto em 98, diz economista do Citigroup
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Preços dos combustíveis têm nova alta, diz ANPN no acumulado do mês, a gasolina teve aumento de 12,3%
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Brasil perde US$ 40 bilhões em investimentos, diz Fórum Econômico, pela corrupção, criminalidade, falta de eficácia da polícia e do setor judiciário
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Economistas esperam aumento da Selic de 21% ao ano para 22%
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Missão do FMI ficará mais um dia no País
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Inflação no Brasil preocupa empresas norte-americanas
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Dólar abre em alta em dia de rolagem de dívida para R$ 3,54
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Cresce pessimismo dos construtores brasileiros para próximos meses
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Gás de cozinha aumenta até 23% em São Paulo
http://www.estadao.com.br/arquivo/econom…

Lula provou que o Brasil podia, com Dilma e poderá ainda muito Mais.  

sábado, 27 de abril de 2013

        TORCIDA COLORADA, TREMEI !!


domingo, 7 de abril de 2013

    Nestes tempos carregados de preconceitos de todo o tipo, a poesia de Martinho da Vila.


                                     SINCRETISMO  RELIGIOSO

               
 Saravá, rapaziada! - Saravá !
Axé pra mulherada brasileira! - Axé!
Êta, povo brasileiro! Miscigenado,
Ecumênico e religiosamente sincretizado
Ave, ó, ecumenismo! Ave!
Então vamos fazer uma saudação ecumênica
Vamos? Vamos!
Aleluia - aleluia!
Shalom - shalom!
Al Salam Alaikum! - Alaikum Al Salam!
Mucuiu nu Zambi - Mucuiu!
Ê, ô, todos os povos são filhos do senhor!
Deus está em todo lugar. Nas mãos que criam, nas bocas que cantam, nos corpos que dançam, nas relações amorosas, no lazer sadio, no trabalho honesto.
Onde está Deus? - Em todo lugar!
Olorum, Jeová, Oxalá, Alah, N`Zambi. . . Jesus!
E o espírito Santo? É Deus!
Salve sincretismo religioso! - Salve!
Quem é Omulu, gente? - São Lázaro!
Iansã? - Santa Bárbara!
Ogum? - São Jorge!
Xangô? - São Jerônimo!
Oxossi? - São Sebastião!
Aioká, Inaê, Kianda - Iemanjá!
Viva a no Nossa Senhora Aparecida! - Padroeira do Brasil!
Iemanjá, Iemanjá, Iemanjá, Iemanjá
São Cosme, Damião, Doum, Crispim, Crispiniano, Radiema. . .
É tudo Erê - Ibeijada
Salve as crianças! - Salve!
Axé pra todo mundo, axé
Muito axé, muito axé
Muito axé, pra todo mundo axé
Muito axé, muito axé
Muito axé, pra todo mundo axé
Energia, Saravá, Aleluia, Shalom,
Amandla, caninambo! - Banzai!
Na fé de Zambi - Na paz do senhor, Amém!

 

sábado, 30 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

quarta-feira, 13 de março de 2013


sábado, 9 de março de 2013


                  NO DIA DA MULHER ,NADA COMO LEMBRAR  GLENIO PERES

MULHERES!
Sois perigosas
Guerrilheiras desarmadas
De noite agitais o sono
Pesadelo dos tiranos
De dia agitais o lenço
Da paz pelos torturados
De onde tirais força
Para lutar com palavras
A fé contra as ditaduras?
Por certo de vosso ventre
Onde se gera a criança livre
Que o mundo terá
Quando não houver exílios
Nem prisioneiros de idéias
Algozes espancadores
Espiões da violência
Exploradores de homens
Que fareis,BRAVAS MULHERES?
Descansareis da guerrilha
Pela Anistia no mundo
Embalando em vossos braços
Os filhos da LIBERDADE!
Glenio peres

sexta-feira, 1 de março de 2013

Coisas que rolam na internet.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

 
 
                 Arnaldo Jabor – Um Magnífico Vendilhão
 
Sim, o cara escreve muito bem, do alto de seu pedestal, sabe escrachar como poucos, ou seja, é expert na arte de ridicularizar a quem lhe convier. Escreveu uma quase pomposa crônica criticando o que redundou na tragédia da Boate Kiss. Pra melhorar sua imagem, fez uns floreios culturais a cerca do que seriam as baladas. O homem tem cultura, reconheço.
Volteou, foi, voltou; como esperto jogador, preparando o blefe escreveu algumas verdades e, no fim, ficou com uma meia acusação aos jovens que rotineiramente frequentam tais ambientes; refiro-me a quando ele pergunta o que leva tais jovens àqueles ambientes. Inteligente e ardilosamente, ele não responde, por exemplo, que a Rede Globo, sua empregadora, é uma das principais responsáveis por tal comportamento. Com sua programação intencionalmente voltada para estupidificar o povo brasileiro, é talvez a maior produtora desse aculturamento musical a que ele se refere.
Após este “fechamento” manhoso, onde leva os trouxas a achar que ele está falando de forma magnífica, aproveita o ápice emocional atingido para, lá de cima de sua tribuna privilegiada – sim, ele tem acesso a toda imprensa, a tal imprensa que acusa nossa presidente de censura e que, no entanto... mas vejamos o que ele aprontou – lá decima de sua excelsa tribuna aproveita que todos já quase o estão aplaudindo seu brilhante discurso e descarrega sua fuzilaria na Presidente Dilma, como se o problema que redundou em tantas mortes fosse coisa desses últimos dez anos. Vá ser hipócrita na PQP!
O aculturamento do brasileiro já vem de décadas, será que nosso magnífico vendilhão não sabe? Sabe e até melhor do que eu, só que não lhe convém admitir, pois é comprometido com essa TV corrupta. Joga uma “tirada” e sai fazendo pose. Acusa a presidente de estar faturando com a tragédia... Ora, quem mais do que a imprensa, da qual este engraçadinho faz parte, está tirando proveito? Só mesmo um tolo não vê: é um prato cheio para estes oportunistas de redação.
Inteligente o cara é, já quanto ao caráter, é lamentável dizer, fede. Fede a jogo sujo, corrupção: não necessariamente corrupção de suborno – esta é apenas a mais conhecida – a corrupção da palavra, o uso pernicioso desta com a finalidade de tentar perpetuar no poder uma elite – esta sim – sabidamente corrupta na acepção mais comum; uma elite que se locupletou com a miséria de milhões de brasileiros, que, agora, estão saindo desse patamar humilhante, e pondo em cheque a estabilidade de um sistema que começa a desmoronar a olhos vistos. Isto assusta os confortavelmente instalados nas tetas da grana pública.
Cristo teria dito “Amai-vos uns aos outros!” Um canalha destes ama alguém? Duvido!
 
                                                                                    MIGUEL DIAS

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013




               "Um homem que conta a verdade,cedo ou tarde será desmascarado."
                                                            John Le Carré- O alfaiate do Panamá


"Pois àquele rapaz,como lhes disse, eu teria confiado o navio, logo à primeira vista.E poderia ir dormir tranquilo; e no entanto me enganaria! Há abismos de horror em tal pensamento. Ele parecia limpo como um soberano novo e no entanto havia uma liga infernal em seu metal. Em que proporção? Uma quantidade mínima,uma gota minúscula de um metal raro e maldito... uma gota imperceptivel...mas, ao  vê-lo ali, com aquele ar de quem não se importava, a gente perguntava se não seria feito,por acaso, do bronze mais vil !

                                                                                Lord Jim - Joseph Conrad.-trad.Mario Quintana

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

domingo, 27 de janeiro de 2013

                                       
                                              Fenômeno Assustador

            No início dos anos 90, fui ver, no CIC, o já então famoso “Tangos e Tragédias”, da dupla Nico e Hique; o primeiro, louro, ao acordeom e o outro, moreno, ao violino. Diverti-me fazendo parte do povo que, num desfile “controlado” pela dupla, sai do teatro e encerra o espetáculo no saguão, cantando em uníssono o “Copérnico”: “Na Sbórnia se dança o Copérnico, ô, ô, ô, ô!”. Nos anos seguintes, freqüentador assíduo  do CIC, eu via a cena de saída dos dois comandando o povo que finalmente se retirava, ficando a dupla junto ao balcão da bilheteria, disponível a quem quisesse com eles conversar. Numa dessas ocasiões, conversei com eles e os achei realmente simpáticos.
            Os anos se passaram e eles anunciaram uma mudança radical na programação; afinal, repetir sempre a mesma coisa cansa. Há dois ou três anos, o CIC fechado para obras, resolvi vê-los novamente, no Teatro Pedro Ivo, construído "no meio do nada”, cuja plateia costuma ser composta quase que exclusivamente pela burguesia, pois o acesso é difícil para quem depende de transporte coletivo: estudantes etc. O programa era quase não mudara, apenas mais xoxo; as músicas cantadas mais lentamente e sem o entusiasmo de “outrora”. Pudera, vinte e tantos anos cantando a mesma coisa... Certamente a tentativa de mudança não fora aprovada e eles, pra não perder o trem do sucesso, apenas fizeram alterações na forma, com alguma – muito pouca – novidade.
            O que mais me chamou a atenção, como mudança, foi uma clara zombaria deles com relação ao público, algo que está ficando comum em programas de auditório. Seria, uma certa desforra pelo cansaço do repetitivo ou simplesmente uma tática que envolve humilhação que leva os espectadores a uma catarse? Ou ambas? O fato é que fiquei entre estarrecido e curioso de entender este fenômeno que domina as massas, pois, inseridos no povo, os indivíduos passam a achar normal serem submetidos ao ridículo. Não notei ali qualquer brio ou sentimento de honra naquela massa de “brancos” que ria a barrigas balangantes. Uma massa totalmente a mercê.
Na leitura da vida de Nelson Rodrigues, que afirmava que “toda unanimidade é burra”, interessou-me sobremaneira a parte em que se refere ao “sentimento da massa”; do dia em que, no Maracanã lotado, se sentiu como tal e capaz de acompanhar qualquer asneira daquele coletivo; ele, tão lúcido. Que fenômeno é este que avassala e furta, ao indivíduo, sua identidade, podendo leva-lo a uma conspurcação da qual ele não sairá ileso? Que fenômeno é esse, tão enganador: assustador?
Falamos em “Democracia”, mas até que ponto ela é possível, se estamos a mercê de um bom orador? ... das emoções do momento?
Fácil acusar quem se deixou levar; difícil explicar quando tal acontece conosco.
            Boas reflexões...
            miguel angelo

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


sábado, 19 de janeiro de 2013



                  Tecendo a Manhã
                                  João cabral de melo neto
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

                Espaço para descanso

sábado, 5 de janeiro de 2013

                

                    Resoluções de ano novo.

                Ano passado, fiz dez citações . Relendo-as ,vejo que continuam valendo para este novo ano. São elas:



                 1- Sou gremista mas não seco o Inter. A não ser quando interesses diretos se confrontam.Acho secar o time dos outros, uma pobreza que beira a miséria.

                 2- Gosto de boa música. O critério é o meu,claro . Não considero reggae música, por exemplo . Exceto Alpha Blondy .
                 
                 3-  Com mais de 8 mil brasileiros nascendo por dia, não acredito mais em soluções de problemas sociais sem um controle ou educação natal aplicado sériamente.
                 
                 4-  Acredito que covardia é uma coisa humana e perdoável menos a covardia do abandono.

                 5-  Cada livro lido , descubro,no mínimo mais 2 novos que vou precisar ler .

                 6-  Creio na existência de vida extraterrestre. Mas não podemos esquecer que não conhecemos nem entendemos um décimo das que vivem por aqui.
                         
                 7-  Concordo plenamente com Platão quando elege a música como a raínha das artes. Mas não esqueçam que "deram zero pro Bedeu"

                 8 - Concordo plenamente que "navegar é preciso. Viver não é preciso! "
   
                 9-  Viajar é fundamental para qualquer pessoa. Menos para os que já habitam o paraíso. Ou o Rio Tavares.

                10- Tudo é lúdico.Creio que a importância de tudo é nenhuma. É só morrer  pra ter certeza.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


aprendi novamente nesta data que racismo mata... e como mata !

Sapatos contra o racismo. O natal em que fui barrado na portaria da Rádio Nacional



Neste dia de natal, acordei pontualmente às 6 horas da manhã. Planejara dormir até mais tarde, para aproveitar o feriado, depois de ceiar com a família no Brasil, pela primeira vez em minha casa depois de 22 anos.

Muito suco, pernil feito pela minha filha Moema, com pouco sal como o papai precisa, e sobretudo muito carinho.

Estamos no dia 25, são 6 horas da manhã e a pressão sanguínea e o coração, me alertam, e me acordam intranquilo. Como não sou peru de natal, saio mesmo depois da véspera, para caminhar, e meditar sobre o que me incomoda e penso:

O jornalista e sociólogo Marcos Romão. (Foto: divulgação)

O que a gente não faz para estar no Programa Tema Livre na Rádio Nacional, com o amigo Luiz Augusto Gollo e convidados para um papo estimulante no dia 24, na véspera do natal?

A gente bota o despertador prá tocar às 6 da manhã, bota a cozinha nos conformes com todos os ingredientes, para que minha filha Moema Petri Romão inicie o preparo da Ceia;

Olha no computador os temas que deseja falar na retrospectiva de 2012;

Acorda a outra filha Papoula Sofie que deseja filmar o programa e partimos sem tomar café, para a sede provisória da Rádio Nacional, abrigada agora lá no quartel da TV Brasil, na Gomes Freire;

Anda em 2 ônibus e uma barca para o Rio de Janeiro, em um dia daqueles quentíssimos, em que peixe sai de casa com abanador e guarda-sol;

Na pressa e excitação, como se fosse um marinheiro de primeira viagem, esqueço-me de tomar o remédio para pressão alta. Não tem problema, acompanhado por minha filha nascida na Alemanha e no Brasil, me sinto como pintinho no lixo em minha terra natal.

Suo contente em minha camisa colorida como um Obama havaiano.

Como de praxe em todo programa ao vivo que participo, 15 minutos antes do programa ir ao ar, adentro com minha filha o recinto da TV Brasil, na Gomes Freire e atual abrigo provisório da Rádio Nacional, e desejamos um feliz natal para todos que lá estão trabalhando. Sinto prazer em ver funcionários públicos exemplares, que em pleno dia meio de feriado, assinam o ponto para engrandecer o sistema de comunicação popular brasileiro.
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Aí, começa a história.

Não havia ninguém na mesa de recepção, só uns prováveis funcionários sentados em um banco de espera a uns 3 metros de distância, um segurança postado ao lado da catraca de entrada e duas mocinhas atrás de mim, sentadas e levando um bom papo.

Ainda meio aparvoado pela viagem e excitação pelo programa que vinha, olhava para os lados aguardando, que alguém viesse de algum banheiro para me atender.

Meus olhares indagadores para o segurança junto à catraca de entrada, replicavam nas paredes surdas, e os prováveis funcionários à minha direita, estavam tão entretidos numa algazarra natalina e comentando sobre as festas do dia anterior, que não me atrevia incomodá-los.

Minha pressão sanguínea já dava sinais de alarme, e eu respirava pausado e meditativo, como me rcomendara minha companheira e professora deYoga, Ortrun Gutke, para me manter calmo e me concentrar para falar sobre direitos humanos, em um programa que seria ouvido por milhões de pessoas.

Já se passavam 5 ou mais minutos, quando chegou um rapaz provavelmente mais simpático e menos suado e cabeludo que eu, e uma das mocinhas que estavam sentadas atráde mim, levantou-se e assentou-se em seu posto de serviço.

Foi rápido, não mais que 5 segundos o atendimento ao outro visitante, respirei fundo e entreguei minha identidade, junto com minha carteira alemã de jornalista, olhei para minha filha e percebi que ela não cruzou com a mocinha.

Eu tinha pressa, precisava chegar no estúdio, não podia me ocupar em reclamar pelo péssimo atendimento.

A mocinha me perguntou para onde eu ia e pegou o telefone. Apesar de eu dar o nome de tres pessoas, inclusive do diretor da rádio nacional do Rio, o Marcos Gomes, ela me disse que não encontrava ninguém.

Mais 5 minutos se passara. Pedi então para subir, pois ia Luis Carlos Gollo já deveria estar no estúdio com os convidados e o programa estava prestes a começar.

Meus 5 telefonemas para os celulares da produção só batiam em telefones desligados, como acontece em todo programa ao vivo.

Foi aí então que ela me informou que eu não poderia entrar, porque estava de sandálias havaianas, que nos meus tempos chamavam-se sandálias -de-dedo.

Pedi que telefonasse para o chefe da segurança, que abrisse uma exceção, pois era uma emergência e não havia sido informado desta exigência. Ela me respondeu que já o fizera;

Tive que respirar bem fundo. Então todos estes telefonemas em que enquanto ela falava, ela perguntava, o que eu era, o que eu queria fazer lá e só naõ peguntou qual era a cor de minhas cuecas, eram telefonemas que ela estava dando para o segurança e não para a produção e a direção da rádio, como eu pedira e imaginara que ela esta fazendo?

Já eram 10 horas, o programa iniciara, quando caiu minha ficha, estava de volta à casa natal e era um turista havaiano, para o qual não valia nem apresentar um crachá alemão em um prédio do seviço público brasileiro.

Eram ordens do chefe de segurança da casa, a moça dizia e comandou que eu falasse com “a segurança”, em um escritório fora do prédio, mais próximo da Chefatura de Polícia no antigo prédio do DOPS na rua da Relação. Já me esquecera até do calor e suava frio.

Caminhei até lá me sentindo nú, querendo esconder meus pés pretos, das pessoas que olhavam para mim, pensei até em andar plantando bananeiras, mas imaginei que as solas dos meus pés já deveriam estar também pretas da fuligem das ruas, não ia dar certo.

Em lá chegando e informando ao enfadado segurança, a minha situação de emergência e que o programa já estava no ar, ele me disse que eu deveria pedir à recepção que telefonasse para a produção pedindo autorização para que se abrisse uma exceção.

Adentrei novamente o recinto pouco receptivo e solicitei à repecionista, que finalmente se comunicasse com a produção.

Com produção ao telefone, por não saber ler e pronunciar direito o meu nome “romão”, que deve ser tão difícil quanto falar “alemão”, a recepcionista me passou o telefone direto do estúdio, e a gentil produtora do programa , a jornalista Luciana, pediu-me que aguardasse um momento.

Exatos tres segundos depois, a recepcionista, já com cara de anjo de porta de presídio, sem me olhar e mirando de soslaio o agente da portaria, ordenou, “você pode entrar”.

Recitei o mantra dos Deuses quando querem cavalgar sua ira, engoli o “você” em seco e passei a me concentrar no programa ansiosa e tão duramente conquistado. Minha filha, também de sandálias, me seguiu, sem que lhe pedissem documentos, quase branca alemã que é, não sem antes comentar, “mas que “Tootsie” papai, deu vontade de rodar a bahiana”.

O programa foi uma maravilha e mesmo chegando atrasado pela discriminocracia institucional, aprendi bastante com os convidados, ao conversamos durante o tempo que me restava, sobre direitos humanos e sobre o fato de vivermos em uma sociedade em que o “zelador”da esquina está acima de nossa cidadada.Tem mais poder.

Não falei no programa sobre o incidente. “Não queria roubar a cena”, afinal antes de ser um discriminado, sou um jornalista e sociólogo ativista dos direitos humanos, tenho que engolir sapos enquanto o show continua.

Ao comentar o final do programa sobre o incidente desagradável, Gollo respondeu na bucha, ” mas se me avisassem eu poderia empresta meus sapatos”.

Aprendi hoje também uma coisa que já tinha ouvido, o cidadão discriminado ou violentado costuma morrer quando cai a ficha. É no estar dormindo que a raiva e os sapos engolidos durante o dia ou são digeridos ou entopem as veias de nosso pensamentos.

Descobri mais uma vez que racismo mata. E como mata. O número de corações de amigos de minha faixa etária que explodiram nos últimos anos, já esgotam as estatísticas dos mortos em meus arquivos. Quanta” Inteligência Morta” se acumulam nas paredes dos museus de nossas inconsciências…

Qual o momento para falar e qual o momento para guardar o sentimento de ira gerado por uma violência sofrida?

Apliquei 1/4 de meu dia de natal refletindo e escrevendo sobre tudo isto. Me sinto desopilado e amo minha gente em volta.

Guardo entretanto minha ira santa. Já me perdoei por ter ficado calado. Cabe ao racista se perdoar.

Cada pessoa é responsável pelos seus atos.

Hoje cumpri minha parte.

De mim nenhum racista receberá perdão.

Isso só será possível quando descer pela minha guela, o mantra da auto-anulação.

Aprendi mais uma coisa que me lembraram meus amigos árabes; Da próxima vez, quando eu for visitar um prédio público, vou com um “par” de tres sapatos. Para utilizar o sobressalente no caso d´eu encontrar um racista de plantão pela frente.

                                                        Marcos Romão é sociólogo e jornalista.
                                                            originalmente publicado no Pragmatismo Político
 
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