sábado, 22 de junho de 2013

     
   
                                  É belo ser jovem

            No “Guerra e Paz”, a certa altura Tolstói descreve a rapaziada fazendo estripulias e diz “As cabeças jovens foram feitas para dar cabeçadas; e como resistem!” A juventude é, geralmente, impetuosa. Nosso Geraldo Vandré sofismou quando disse “Quem sabe faz a hora...” Não era tão jovem, mas ainda o era um tanto. É lindo ver os jovens, cheios de energia, ousando, desafiando. Perfeito seria se eles soubessem realmente o caminho e fossem unidos.
            Alguém dirá que eles são unidos. Serão? Desconfio que ainda estamos muito distantes da necessária união para que tenhamos uma luta proveitosa. Os senhores da grana te um objetivo claro em comum em torno do qual se unem: a defesa de seus bens. Estes estão bem estabelecidos e aparelhados para manter seus privilégios, principalmente a posse dos meios de comunicação e ausência de escrúpulos, suas duas maiores armas. Enquanto os jovens lutam de peito aberto, eles se articulam nos bastidores em encontros secretos e se divertem observando a rapaziada fazendo alarde, pois sabem que, no fim, vai dar em nada.
            Deram alguns tiros com balas de borracha e se aperceberam da mancada: recuaram estrategicamente, pediram desculpas, retiraram o anunciado aumento das passagens. E agora? Com tantos descaminhos a serem corrigidos, quem vai liderar as próximas reivindicações. Os políticos são corruptos, mas quem os vai substituir? Vamos trocar seis por meia dúzia? De onde vamos sacar políticos honestos que nos representem?
            Não estou querendo desanimar ninguém, mas, se querem avançar, tem que ter alguma proposta concreta, consistente. A palavra educação, que é a coisa mais fundamental de todas que se pode pretender, tem que ser entendida na sua real extensão. Educação não se resolve apenas com escolas melhor equipadas e/ou professores melhor pagos. Cumpre, sim, que nos eduquemos num processo de auto crítica; eis o nó! Fácil é falar em educação; quase impossível é convencer um povo viciado na corrupção a se corrigir, ser honesto.
            É isto aí, meus queridos jovens, não vai ser fácil sair da zona de conforto, no entanto é atitude indispensável. Gritar de longe, na multidão é uma coisa, difícil é peitar os problemas caso a caso; nesse momento a maioria desiste. Todos querem ser respeitados, mas poucos realmente respeitam o direito dos outros. No dia em que este quadro mudar, então poderemos ter esperança de mudança de fato, pois então a revolução já estará em andamento. Revolução só acontece com mudança interior, na cultura, naquilo em que acreditamos e fazemos.
            Cobrar honestidade dos outros tem que ter nossa contrapartida; isto exige prática e é difícil. Mas vale o esforço.
            Não desistam, jovens!
            miguel angelo
            220613

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