quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Whiter shade of pale King Curtis

78 ANOS DE KING CURTIS

                                 MEU ENCONTRO COM KING CURTIS



Estava de casa nova. Na verdade, meu primeiro imóvel, comprado com a venda de uma carta de consórcio de um fusca, mais o auxílio generoso da tia Gioconda.
Era um apartamento de um dormitório, em um pequeno edifício na rua Fernando Machado, no Alto da Bronze. Ficava em um terceiro andar e meio, de fundos para um abacateiro. De fundos, sim, mas da pequena área de serviço, tinha-se uma vista deslumbrante para o Guaíba.
Instalados os acessórios essenciais, como cama, fogão, geladeira, era hora de montar o som. Claro que não era qualquer som. O Zezinho, estudante de arquitetura não podia ter um som mediano. Tinha que ser “o som”.
As peças sonoras, naquela época, eram compradas separadamente, com todo o carinho e dedicação que o aparelho merecia. Era um som sob medida.
Primeiro, o toca-discos. Sua marca, Philips. Totalmente manual, como tinha que ser um toca disco de classe. O braço, muito leve, com contrapeso para calibrar a pressão da agulha com o acetado. O contato com o disco era pura carícia. Esse Philips tinha um requinte só dele: todos os comandos eram acionados de três luzinhas no chassi. Vejam só: era só tocar as luzinhas, ele andava, parava ou trocava de velocidade (não podemos esquecer que, além dos long plays, havia os populares singles, em 45 rotações). O Philips ainda tinha uma sofisticação extra. No fim do disco, o prato parava de girar, apagava-se a luzinha do play, acendia a do stop. Supimpa!
O amplificador era um Gradiente. Só poderia ser um Gradiente. Certo, havia outros importados, como Grundig, Panasonic e Marantz. Seus preços, entretanto eram proibitivos (não havia, ainda, globalização). Então tinha de ser Gradiente, um ótimo aparelho. O aparelho só fazia uma coisa: amplificar. Mas fazia isto muito bem com seus 32 watts de potência As caixas de som permitiam que fossem exibidos dotes artesanais. Com o assessoramento técnico acústico do alemão Günter, foram carregados, com muito esforço, dois tubos de concreto, desses de esgoto, para o apartamento. Não disse que o edifício não tinha elevador, não é? Esses tubos, com um metro de altura e a mesma medida de diâmetro, foram colocados na vertical, cada um com um alto falante de 12” voltado para o piso. Havia, claro, tuiteres montados nas paredes, apoiados em latinhas de cerveja, Mas o som poderoso, mesmo, vinha dos tubos Para abrilhantar o resultado, um long play de King Curtis. Seu nome era “Sweet Soul”. Um disco encantador, apaixonante. As músicas, todas em ritmo de soul, com uma grande massa de cordas e madeiras e o sax alto de Curtis rasgando ao meio aquele veludo sonoro. Não dava para parar de ouvir. Quando o Philips encerrava a audição, o braço era levado para o início, e assim por diante. O volume tinha que ser muito alto, para que se pudesse ouvir aquela música, majestosa, reverberando por todo o ambiente.
Algum tempo mais tarde, acabei travando conhecimento com um casal jovem que era meu vizinho, dois andares abaixo. Querendo exibir a maravilha sonora que possuía, convidei-os para conhecer meu apartamento. Feitas as apresentações iniciais não resisti e taquei King Curtis no toca discos. O casal se entreolhou, fez um sorriso amarelo e o homem disse: - Esse é o que sempre ouvimos lá de casa.
Feliz ou infelizmente, os meus tubos sonoros eram lacrados. Se não, eu teria literalmente, entrado pelo cano, naquele momento.
É, King Curtis ficou naquele escaninho de minha memória, assim como minha ingenuidade.


                                                                                                        arq.JOSÉ CONTINO LISBOA.

78 ANOS DE KING CURTIS

KING CURTIS
Curtis Ousley (7 de fevereiro de 1934 – 13 de agosto de 1971) conhecido artisticamente como King Curtis,  saxofonista americano que interpretava,  diversos tipos de música, como rhythm and blues, rock’n’roll, soul, funk e soul jazz. Também foi band leader e produtor musical.
Tocava indistintamente sax tenor, contralto e soprano. Ficou conhecido por seus “riffs” e solos. Sua interpretação de “Yakety Yak”, sucesso da banda The Coasters, inspirou outros músicos, como Boots Randolph e foi base para sua composição “Stew Menphis Soul”.
CARREIRA
King Curtis começou a tocar saxofone com a idade de 12 anos, em Fort Worth (Texas). Interessou-se por jazz, rhythm and blues e música popular. Excelente aluno de música, recusou bolsas de estudo para participar da banda de Lionel Hampton. Durante esse tempo, ele compôs e arranjou músicas e aprendeu a tocar guitarra. Em 1952, Curtis mudou-se para Nova York e tornou-se músico de estúdio, trabalhando em gravadoras como Prestige, Enjoy, Capitol e Atco. Nesse periodo, gravou com Nat Adderley, Wynton Kelly, Buddy Holly e Andy Williams.
Estilisticamente, Curtis teve a inspiração de Lester Young e Gene Ammons. Conhecido por seu estilo sincopado e percutido, ele foi, ao mesmo tempo, versátil e poderoso. Reuniu, em gravações, músicos como Richard Tee, Dupree Cornell, Jemmont Jerry e Bernard Purdie.
King Curtis gostava muito de jazz, mas decidiu ser músico de rock. Da década de 50 até meados de 60, trabalhou como músico de estúdio em seus próprios discos e participando de bandas, como The Coasters. Buddly Holly contratou-o para gravar “Reminiscing”. Nessa época, ele gravou “Soul Twist” e “Soul Serenade”.
Em 1965, foi contratado para a Atlantic Records, gravando seus singles de maior sucesso, como Memphis Soul Stew e “Ode to Billie Joe”. Ele tocou com a banda King Pins, que acompanhava Aretha Franklin. A banda King Pins abriu o show dos Beatles, no Shea Stadium, no bairro de Queens, em Nova York em 1965.
Nesse período, também gravou para Groove Records, produzindo discos, muitas vezes trabalhando com Jerry Wexler.
Em 1970, ele gravou, com Aretha Franklin e os King Pins, “Aretha Live at Fillmore West” e “Live at Fillmore West” com a música “Memphis Sttew Alma” e versões de Isaac Hayes, Led Zeppelin e Steve Wonder. Em sua banda tocaram Billie Preston, ao órgão Hammond, Jerry Jemmot ao baixo, Cornell Dupree na guitarra, Pancho Morales na percussão, Bernard Purdie “Pretty” na bateria e mais os Memphis Horns. A música “Whiter Shade of Pale”, da banda Procol Harum, deste disco, foi usada como trilha sonora do filme Cult britânico “Withenail and I”
Em julho de 1971, Curtis gravou solos de saxofone em “Is so hard” e “I don’t wanna be a soldier, mama, I don’t wanna die, no disco “Imagine”, de John Lennon. Junto com os Rimshots, também gravou “Soul Train”, música tema do  aclamado programa de televisão do mesmo nome.
MORTE
Por volta da meia noite do dia 13 de agosto de 1971, Curtis estava carregando um aparelho de ar condicionado para seu apartamento, quando deparou com dois drogados na frente do prédio. Solicitou que eles se afastassem. Isso gerou uma discussão e um dos indivíduos, Juan Montañes, esfaqueou Curtis no peito. Curtis foi hospitalizado, mas não resistiu aos ferimentos. Seu assassino foi preso horas depois.
No dia do funeral de King Curtis, a Atlantic Records  fechou seus escritórios. O pastor Jesse Jackson fez a oração de despedida, com um coral entoando a música “Soul  Serenade”. Aretha Franklin cantou “Never Grow Old” e Stevie Wonder cantou “Abraham, Martin,  John, King Curtis e agora?”
Curtis foi enterrado em Farmingdale, Nova York, o mesmo cemitério que onde estão os grandes do jazz, Count Basie e John Coltrane.
LÁUREA
Curtis foi agraciado com o “Rock and Roll Hall of Fame” em 6 de março de 2000 (wikipédia)


.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

DIFERENÇAS

                                                                         Diferenças        
 
 Fui criado ouvindo a fábula de La Fontaine, “A Cigarra e a Formiga”, que é uma ode ao trabalho. Na atual versão, a Cigarra é uma cantora de sucesso que procura a Formiga para pedir-lhe que cuide de seu Mercedes, pois ela vai à França participar de um festival música; num gesto de gentileza ela pergunta à Formiga se ela quer algo da França. Então esta lhe diz: “Se encontrares por lá esse tal de La Fontaine, manda-o à PQP!”            Nos anos 90, conheci e fiquei amigo do utópico Lautaro Labbe, escultor chileno que veio a Floripa produzir um monumento “Transandino”, que agora faz parte da paisagem da UFSC. Na ocasião, ele proferiu uma palestra onde abordou o tema “Aceitação das Diferenças”. Aquilo foi pra mim algo novo e fustigante; mexeu com meus valores, ainda cartesianos. Mexeu comigo e, em minhas posteriores reflexões, cheguei à conclusão de que, mais do que simplesmente aceitar, devemos, sim, gostar, querer as diferenças, pois é nelas que crescemos.            Quem pensa igual a mim, dificilmente terá algo a me acrescentar; se pensar diferente, estimula-me à evolução.             Toda sociedade vive em função de valores que podem se manifestar das mais diversas formas; tais valores, de modo geral, surgem em função de uma necessidade de mudança, necessidade esta que ser clarifica na observação minuciosa da história. Cada momento histórico traz seus colapsos próprios, pois as mudanças são uma tônica da própria evolução humana. Colapso e morte são, simultaneamente, gestação e nascimento do novo. Assusta? Sim, assusta, mas é uma dor indispensável como a de qualquer parto.            O mundo vive, neste momento, um novo colapso. O que virá, obviamente que não sabemos, pois a história é feita de surpresas. Será conveniente, se quisermos aliviar o impacto, que comecemos a rever nossos valores. O mundo mudou notavelmente nestes últimos sessenta anos, uma mudança vertiginosa que nos pegou todos de surpresa, deixando-nos perplexos, estáticos, propensos ao pânico. É um momento de refletirmos os novos rumos, pois todas a ideologias fracassaram. O processo racional cartesiano se revelou insuficiente para a solução dos problemas da humanidade. É que o “homem inteligente”, em sua incessante busca da Verdade, apostou na ciência e se tornou materialista. Ao negar as religiões, negou também qualquer espiritualidade.            Se não sabemos explicar a espiritualidade, isto não prova que nada exista além da ciência. Na dúvida, fiquemos com a dúvida. Respeitemos, em nós, nossa incapacidade de tudo saber, daí respeitaremos os demais por sua ignorância, pois ignorantes somos todos. Só somos iguais na ignorância; no resto, somos todos diferentes.       
    Viva a diferença!           
                                                                                                          miguel angelo
  

domingo, 19 de fevereiro de 2012

CARNAVAL.


                                                                 Mas é Carnaval...   
     
  Saudade ou boas lembranças? Sentir saudade é quando sofremos a falta de algo que sabemos existir e que não temos ou que tivemos e perdemos. Ter boas lembranças é se lembrar com agrado de algo que nos marcou agradavelmente. Saudade faz sofrer; boas lembranças, não. Embora todo meu sangue venha de Portugal, nasci brasileiro; não sou um saudoso, como os portugueses que vivem o fado. Vivo pra frente, para o novo, mas, vez ou outra, sucumbo à tentação de lamentar o que se “perdeu”.Carnaval e futebol, quando os olho no agora e no que já foi, sinto certa nostalgia. Conheci o Carnaval e o futebol de clubes e de rua; agora futebol é coisa de empresas e o Carnaval, uma guerra ou, no mínimo, uma competição acirrada. É bem verdade que, desde “velhos tempos”, desde que havia os blocos carnavalescos, já havia uma certa rivalidade, mas não havia as escolas, essa coisa organizada dentro de uma matriz que impõe regras e distribui prêmios que geram polêmica e tornam a coisa um negócio, ou seja, atualmente há um incentivo, inclusive pecuniário, ao acirramento da rivalidade que passou às manchetes dos jornais, quando, “antigamente”, a coisa ficava no diz que disse, ou seja, as pessoas tinham opinião; agora há um júri que as poupa de pensar.             Carnaval começava com o baile do sábado à noite e terminava na quarta de madrugada, três dias que eram quatro. Depois, o primeiro baile já era na sexta; depois criaram o “Grito de Carnaval” que era uma semana antes; depois criaram uma espécie de “Enterro dos Ossos”, isto é, repetia-se no final de semana seguinte. Agora temos Carnaval o ano inteiro, bem como o Natal, Páscoa, dia disto, dia daquilo. E a batuta que rege esta festa toda está na mão do comércio, isto, sim, lamentável, pois que o espírito das coisas se perdeu.             A busca de um realismo nos embotou a criatividade, a capacidade de imaginar, de brincar, de fazer de conta. Os prazeres ficaram brutos, secos. Nunca tivemos tantas maravilhas tecnológicas e nunca fomos tão pobres nas artes; tão pobres de espírito. Um Carnaval em que se toca Axé e automóveis, verdadeiros trios elétricos, passam “batendo estaca”? No “Dia de Finados, nos anos quarenta, as rádios só tocavam música clássica e havia um silêncio no ar; hoje é apenas mais um feriado barulhento, mais um dia de folga. Estamos vivendo uma “crise de identidade”; os indivíduos se libertaram das antigas amarras, mas se reuniram em torno da TV e outras telinhas, que passaram a determinar a nova ordem, a ordem do consumo, do “ter coisas”; o verdadeiro “anti aqui e agora”. O povo não vai à rua curtir os blocos; fica em casa aguardando o resultado do julgamento de “sua escola de samba”, pois o sambódromo é para poucos. “O tempora, o mores!” O que virá a seguir?Mas deixa pra lá, afinal “é Carnaval, não me diga mais quem é você, amanhã...                        
                                                                                    ”miguel angelo190212

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

PONTE HERCILIO LUZ NA ÓTICA DE DOIS AMIGOS



            Ponte Hercílio Luz em PVC         

  O Cartão Postal de Florianópolis, a famosa Ponte Hercílio Luz, há 30 anos interditada, vai acabar se tornando um capítulo aparte na História do Brasil. Em busca da restauração, com escândalos etc. já consumiu pra mais de cem milhões de reais e, agora, estão pedindo ao Ministério da Cultura a insignificância de, pasmem: R$200 milhões.            A base da ponte está deteriorada e, para se fazer uma nova base, que suporte tanto peso em aço, realmente vai se gastar uma fortuna. Tudo isto, além do custo de toda restauração em aço que, por mais bem tratado que seja, não vai durar muitos anos, e tudo simplesmente para bonito.            Não nego que é bonito vê-la, principalmente à noite, toda iluminada. Se esta é a intenção, uma Ponte Cartão Postal, aí vai uma idéia que, muito provavelmente cumprirá esta função a contento: uma ponte em PVC com alma de cabos de aço. Será bem mais barata, mais leve e rápida de ser reconstruída, e dispensará pinturas especiais, pois não se afetará com a maresia; as peças já virão pretas e projetadas para a parte elétrica que proporcionará a iluminação.            Se bem projetada nestes termos, poderá, até, permitir o trânsito de pedestres e ciclistas, além de veículos destinados à própria manutenção da ponte.            Garanto que o Hercílio Luz, se vivo estivesse, aplaudiria a idéia.            Alguém tem idéia melhor?                                                        
miguel angelo             150212

sábado, 11 de fevereiro de 2012

PUNHETAS


PUNHETAS
(ODE SOBRE A MASTURBAÇÃO)
Em nossa sociedade permissiva parece que tudo já foi dessacralizado, mas ainda resta um
tabu: a masturbação.
Pensem bem. A masturbação é um hábito (ou vício solitário, como alguns preferem) muito
disseminado. Se perguntarem a três homens se masturbam-se habitualmente, dois dirão que
sim. O terceiro é um mentiroso. Não sei como é essa estatística com mulheres. Desconfio que
não seja diferente. A popularização do uso de vibradores, que vem com propaganda safada,
informando que o orgasmo melhora o cabelo, deixa a pele mais sedosa, facilita o sono, etc.,
deve seduzi-las, embora a natureza não tenha sido pródiga com elas como foi com os homens.
Eles foram instrumentalizados com um sistema “the flash”.
O ato da masturbação, excluindo-se criativas (e mortais) soluções, como a de David Carradine,
é muito simples. Para os homens, sempre existe a possibilidade de ser usada uma ou outra
mão. Pelo folclore, parece que a esquerda é mais sensual.
O importante, no entanto, não é o ato em si, mas a fantasia que é gerada para que a
masturbação tenha sucesso. Sim, ainda não inventaram um jeito de se chegar ao orgasmo sem
uma bem estruturada fantasia. Sobre isso que quero falar.
As fantasias costumam ser uma simplificação de realidades passadas, adaptadas para a ocasião
e para os desejos mais secretos do masturbador. Os mais preguiçosos podem apelar para
a pornografia, mas esta não tem o encanto proporcionado pela criatividade de uma boa
fantasia. Acredito que existam fantasiadores geniais, Cervantes da punheta, que fazem da
masturbação uma obra de arte.
Na fantasia, tudo é possível. O sexo genital, anal, oral são sempre elaborados à perfeição, com
o (a) parceiro (a) disposto (a) a contribuir de forma perfeita para o bom resultado do trabalho.
Na fantasia, não existem queixas, negativas e outros impedimentos que possam tirar o brilho
do ato. O sexo anal, que na vida real é anti higiênico, difícil e, quase sempre, odiado pelas
mulheres, na fantasia ele é perfeito e prazeroso para ambos. O sexo oral é praticado com
absoluta devoção pelo parceiro (a), atitude nem sempre suscetível de acontecer na vida real.
Existem indivíduos que aproveitam para extravasar outros sentimentos, vamos dizer assim,
pouco nobres. Assim, durante a masturbação, podem esganar o parceiro (a), sem nenhuma
culpa.
Na fantasia, ninguém escapa. Pode ser aquela vizinha gostosa, a prima, o primo, o chefe, a
atriz ou ator de cinema ou novela. Todos colaboram sem pestanejar. Na fantasia não existe
adultério nem o perigo de flagra. Os únicos que não costumam dar ibope são os parceiros
habituais da vida real. Esses trazem uma carga de realidade que tornam difícil a fantasia. Mas
como nessa área tudo é possível, até isso, às vezes, acontece, em situações idealizadas.
Bom, o final é sempre meio frustrante. Como uma bolha de sabão que, repentinamente,
explode, a fantasia se esvai com o orgasmo. É como na letra da música “Bala com Bala”, de
Aldir Blanc, em que a coragem é substituída pelo cansaço.
Mas a vida recomeça.
                                                                                       Arq. JOSÉ CONTINO LISBOA

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

DIRIJA SEMPRE COM CUIDADO


Esta quem mandou foi o Antonio Torres. Grande verdade.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Carros e histórias para não esquecer.-

                           

                                                  GAROPABA                 
O ano era 1968; O carro era um JK do mesmo ano. A estrada era a 101, que nos levava
a Garopaba, onde, mais uma vez, iríamos acampar na praia. Aproveitávamos o fim de
semana de um interminável verão.
Mas deixa-me falar um pouco daquela praia. Garopaba era um tranquilo vilarejo de
pescadores durante o resto do ano. No verão, o local era assaltado por um bando de
hippies, vagabundos, viciados e toda uma fauna difícil de descrever aqui.
Sobre a vila, naquele período, havia uma permanente nuvem formada pelos milhares
de baseados acesos. A pequena praia era invadida por aquela turba. Por incrível que
pareça, os invasores mantinham ótima relação com os nativos de Garopaba. Talvez
se devesse ao fato de haver uma distância abissal na cultura dos visitantes e dos
moradores, que fazia com que ambos respeitassem-se. Talvez houvesse uma mútua
admiração por essas duas culturas. Talvez fosse a grana que os “turistas” traziam, o
que dava um certo dinamismo no comércio daquela gente, muito pobre.
Mas voltando à viagem. O carro estava lotado de jovens irresponsáveis (isso é um
pleonasmo). Naquela época não havia radar nem consciência de se devia respeitar
algum tipo de limite de velocidade. A velocidade máxima do carro era 160 km/h, então
era essa velocidade de cruzeiro.
Na estrada, um tipo com um cabelão crespo e barba idem estava pedindo carona.
Imediatamente o carro parou. Como não dar carona a um irmão? Ele estava com
aparência de sujo, mas não importava. Nós também não gostávamos de banho.
Adentrou, ajeitou-se como pode e, muito solícito, ofereceu a cachaça que trazia. A
oferta foi aceita, inclusive pelo motorista, e a garrafa foi sendo esvaziada pelo bico,
como chimarrão. A velocidade mantinha-se a mesma: a máxima.
Havia chovido, o asfalto ainda estava úmido.
A viagem transcorria tranqüila até, logo após galgarmos uma lomba, demos com uma
barreira da polícia federal, a menos de 200 metros. Minha reação foi automática.
Preciso frear e rápido, senão irei atropelar a, barreira inteira. Meti o pé no freio com
força. O carro, que, vazio, pesava 1.200 kg, saiu deslizando pelo asfalto molhado, indo
de encontro a vários carros que já estavam no acostamento, paralisados pela mesma
barreira.
O choque foi lateral, riscando a lataria de uma meia dúzia de Aero Willis, Simcas,
Gordinis e outros. O JK só se imobilizou quando amassou o para-choque traseiro de um
Dkw Vemag, que, casualmente, pertencia ao meu irmão, barrado antes.
Um policial federal aproximou-se do carro. Eu estava horrorizado. Além da desgraça
que havia provocado, havia o bafo da cachaça. Pensei: Estou perdido. Minha vida
acabou. O policial, talvez tão estupefato com o que tinha acontecido, ao me fazer sair
do JK, disse que eu deveria dirigir com mais cuidado, mas não me multou. Mandou
acertar o prejuízo com os demais proprietários dos carros danificados.
Respirei fundo, peguei o talão de cheque e fui, um por um, me desculpando e
perguntando quanto estimava o estrago. O talão foi quase inteiro. Ali, também,
liquidei com uns dois meses de meu querido salário do Banco do Brasil, local onde eu
era tido como um retardado, pelo meu pouco interesse pela carreira bancária.
                                                                             José Contino Lisboa.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

QUEM É REI, SERÁ SEMPRE MAJESTADE

Lula será laureado este ano pelo International Four Freedoms Award  por sua luta contra a miséria. Esta premiação não é pouca coisa pois é instituida pela  THE FRANKLIN D.ROOSEVELT FEEDOMS AWARDS, uma das mais tradicionais instituições americanas.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
International Four Freedoms Award

Luiz Inácio Lula da Silva, Union representative and President of Brazil from 2003-2010, is honored for his extraordinary work on behalf of the people of Brazil. Lula has demonstrated a lifelong commitment to social and economic justice and worked to help foster a climate of peace and reconciliation among the nations of the world.

Lula’s rise from abject poverty to the Presidency of Brazil, and his determination to rid Brazil of the extreme poverty and social injustice that for too long has plagued the less fortunate of his countrymen, has been an inspiration to the world community.
 
Real Time Web Analytics