domingo, 2 de junho de 2013

                     

                          IMPERDÍVEL !


O Banheiro do Papa

Uma azarada história real


 

O Banheiro do Papa

El  s créditos iniciais já avisam: O Banheiro do Papa (El baño del Papa) é baseado numa história real, que só poderia ter acontecido por uma tremenda falta de sorte.
A incrível história começa algumas poucas semanas antes da visita do papa João Paulo II a Melo, cidadezinha uruguaia quase na fronteira com o Brasil, em 1988. A presença do Sumo Pontífice causa furor na população do lugarejo, mas essa comoção não tem nada de religiosa... a visita atrairá 20 mil brasileiros ao lugar. Ou mesmo 40 mil. 60, dizem alguns.
Toda essa brasileirada terá que comer, e Melo inteira prepara-se como pode para alimentá-los, sonhando com a riqueza dos Cruzeiros vizinhos. Endividam-se... e tome montagem de barracas de linguiça, torta, bandeirola, churrasquinho, empanada...
Mas o simpático Beto tem outros planos. Pequeno contrabandista para as vendinhas locais - ele atravessa a fronteira duas vezes ao dia de bicicleta velha, carregando porcarias e fugindo dos oficiais aduaneiros -, ele pensa além de seus compatriotas. Se os brasileiros vão comer tanto assim, terão que se aliviar. Para tanto, precisarão de um banheiro! E lá vai Beto arrumar dinheiro para os blocos, canos, porta de luxo... só falta mesmo o vaso. Mas esse ele vai buscar ali, rapidinho, do outro lado da fronteira.
A tragicomédia, uma co-produção entre Brasil, Uruguai e França, é irretocável. Os diretores uruguaios Enrique Fernandez e Cesar Charlone  (o celebrado diretor de fotografia de Cidade de Deus) foram muito felizes com o ângulo que encontraram para o filme. O Banheiro do Papa é engraçado e ao mesmo tempo tristíssimo, mas sempre otimista. Suas sutis observações sobre a fé, o capitalismo, a sociedade e a mídia não parecem nunca lições de moral - e são absorvidas em meio à bem contada história.
Igualmente excepcional é a seleção do elenco. César Trancoso, o Beto, é um ator incrível. Seu momento de epifania, quando lhe surge a idéia do banheiro, chega a ser emocionante. O sujeito mexe duas rugas e pronto... lê-se em seu rosto tudo o que ele está pensando. Como esse, há outros vinte momentos marcantes. Quando divide a tela com Virginia Mendez (que vive a esposa), então... dá vontade de reecontrá-los sempre.

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