terça-feira, 8 de março de 2016

      

                Que País é Este? II
            Pra quem não leu os livros de Laurentino Gomes: 1808, 1822 1889, que contam nossa história sem maquiagem, aí vão alguns comentários que talvez ajudem a entender melhor nosso momento atual.
            Em 1808 a Família Real Portuguesa veio pro Brasil fugindo de Napoleão, cuja proposta bélica era acabar com as monarquias. Em 1820 a Família Real volta para Portugal e deixa seu filho, D. Pedro I que, dois anos mais tarde, proclama a independência do Brasil. O “mentor” da Independência foi José Bonifácio de Andrada e Silva, que, com sua habilidade, conseguiu manter unido o território todo. Para isto, teve que manter a escravatura. Ele seria um abolicionista, mas se libertasse os escravos naquele momento, perderia o apoio dos proprietários de escravos e seria um desastre. Foram 66 anos de escravidão! Que preço!
            Nossa independência dependia da Marinha; como éramos muito fracos no mar, o Imperador contratou um experiente corsário inglês (ou escocês?), que assegurou nossa vitória marítima. Como o novo governo brasileiro não honrou, em dinheiro seu compromisso (pois ele era um mercenário), o corsário “fugiu” com um de nossos navios como pagamento.
            Nossa República não nasceu de uma vontade popular e sim dos militares que estavam descontentes, e a eles se aliaram os proprietários de terras que, com a abolição, haviam ficado sem mão de obra.
Nossa República iniciou-se toda viciada, cheia de tramoias. Mineiros e paulistas criaram a tal dobradinha Café com Leite, em que negociavam quem seria o próximo Presidente da República. Quem conseguiu acabar com essa trapaça? Um ditador: Getúlio Vargas, que, com a CLT, impôs algum respeito ao trabalhador.
Para fazer o Brasil crescer, surgiu Juscelino Kubistchek que construiu Brasília e muitas estradas de rodagem, ao preço de uma inflação terrível. Se não fizesse isso em cinco anos, dizia, não iriam terminar sua obra. Ele dizia e tenho certeza de que assim seria. Para se livrar de ameaças das forças armadas, ele, Juscelino, comprou um porta aviões, o “Minas Gerais”, que provocou uma encrenca entre a Marinha e a Aeronáutica, pois o Juscelino não deixou claro a qual das duas forças pertencia o porta aviões. Com isto se livrou das ameaças.
João Goulart, bem intencionado com sua proposta de reforma agrária, não encarou os milicos, que, por trinta anos, fizeram uma das maiores dívidas do Brasil. Quantas obras inacabadas! Eu vi.
O Fernando Henrique, que levou a fama de um plano que não era obra dele, o Plano Cruzado, privatizou, de forma escandalosa, bancos e a Vale do Rio Doce. Como privatizar é do interesse do capital que regula nossa mídia, ninguém criticou nem o levou a julgamento. Ele é elegante, catedrático, escreve bem... Bom moço...
Agora, que um operário revolucionou a política brasileira, dando sua atenção ao povo, isto não interessa aos capitalistas. Como governar para o povo contra tanta oposição que não está nem aí pra povo? Como se assegurar no poder pra poder fazer as reformas? É óbvio que para fazer reformas é necessário tempo e dinheiro.
E nossa composição política? Quem muda isto? Democraticamente, com este Congresso? Nunca! Vai ter que vir um novo ditador...
E aí que a cobra vai fumar!
miguel angelo

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