sábado, 24 de setembro de 2011

LITERATURA- O ABDUZIDO RECUSADO.


DESABAFO DE UM RECUSADO
CLÁSSICO
E
a literatura brasileira?! Muitos autores (inventores)
detonados. Conheço uns quantos que viraram músicos,
outros abandonaram o ofício e tão fazendo qualquer outra
coisa. As megaeditoras estrangeiras estabelecidas no país,
(e as autóctones) estão enquadrando, qualidade de obras,
gosto de leitores e destino de autor... Uma piada é claro,
verdadeiro crime de lesa-cultura. Não acredito que editoras
e suas “meninas” diretoras de Conselhos Editoriais, tenham
capacidade pra dizer o que é boa literatura ou não. É
sempre o tal de: “embora sua obra apresente qualidades
literárias, não se enquadra na nossa linha editorial”

O ABDUZIDO:
DESABAFO DE UM RECUSADO
CLÁSSICO
E
a literatura brasileira?! Muitos autores (inventores)
detonados. Conheço uns quantos que viraram músicos,
outros abandonaram o ofício e tão fazendo qualquer outra
coisa. As megaeditoras estrangeiras estabelecidas no país,
(e as autóctones) estão enquadrando, qualidade de obras,
gosto de leitores e destino de autor... Uma piada é claro,
verdadeiro crime de lesa-cultura. Não acredito que editoras
e suas “meninas” diretoras de Conselhos Editoriais, tenham
capacidade pra dizer o que é boa literatura ou não. É
sempre o tal de: “embora sua obra apresente qualidades
literárias, não se enquadra na nossa linha editorial”
ou “devido a já estar comprometida a agenda de
publicações para este ano, não podemos acolher o seu
livro”. Um país (no plano cultural) se faz com obras. Obras
no sentido de compostos elevados/enlevados do espíritho,
linguagem sobre linguagem, sem concessões ao fácil
entendimento, ao que agrada, ajuda ou tenha qualquer
utilidade imediata, prática... Dá pra se dizer (só pra citar
 alguns escritores) que James Joyce, João Guimarães Rosa,
Osman Lins, e tantos outros criadores/inventores, seriam
recusados hoje, tal o nível de discernimento
dos “avaliadores” de editoras. O que é publicado, (em
literatura impressa, meios convencionais, livro-livro) não
representa absolutamente, e nem chega perto do melhor da
literatura nacional. É de se ver, que só aparece a ponta do
iceberg. A criação enfim acadêmica, e de autores que fazem
peripécias políticas pra chegar numa editora (dessas
grandes) não passa de mediana, insossa, que favorece o
mercado e mente pra eles mesmos (os tais escritores bem
sucedidos) e pra nós, que é alta cultura. Na web transita em
drops, grande parte da boa poesia nacional, do conto e
excertos de romances. Nas gavetas de autores, obras e
obras, a espera de editor. Pelos critérios de avaliação de
editoras, é perigoso se presumir sejam tais livros
amortecidos, ruins. Livros. Livros. Os natimortos, livros de
autores recusados. Uma mentira, o fomento literário, os
concursos cartas marcadas. Concursos que já nascem com
fim mercadológico: promover editoras e autores (publicados)
de qualidade duvidosa. E o pior de tudo: grande leva de
autores recusados por editoras, aceita tacitamente a
empulhação. Bons cabritos que não berram. Tá na hora do
levante. Tirar a máscara dos detentores dos meios de
produção do livro. Desvelar a grande mentira da cultura
livresca nacional. É de se perguntar: e o avanço do estético
como fica? O conteúdo inovador? A arte verdadeira,
revoluciona na forma ou no conteúdo, ou em ambos ao
mesmo tempo, (e isso tem pouco a ver, com o discurso fácil,
dirigido ao público x ou y ), e é a que mais representa a
cultura nacional, sendo a estampa cult da nação. Uma
 nação tem que ter a sua bandeira literária, que a identifique,
em obras complexas, acima do entendimento de massas,
muitas vezes. As portas devem estar abertas no setor
produtivo do livro, para de tempos em tempos surgir o
inesperado, em qualidade. E, não simplesmente se fechar o
acesso de autores ao mundo editorial (de mercado e
leitores). Aliás, é o desejo de todo país, ter suas grandes
obras literárias, creio eu. Como um Fausto de Goethe na
Alemanha, Ulisses de James Joyce na Irlanda, A divina
comédia, de Dante na Itália, Os miseráveis de Vitor Hugo na
França, Os irmãos Karamazov de Dostoiévski, na Rússia, e
por aí afora. Sem contar, um sem fim de obras que fogem
do cânone clássico, e que foram urdidas na
experimentação. A coisa é séria sim. Quando o sistema é
brutal, alija criadores do processo cultural, evita seu contato
com as novas gerações, tranca portas às novas linguagens,
comete o crime de lesa-cultura. A cultura ilustra a educação,
a faz avançar, abre os canais da percepção do educando.
Observa-se que em encontros literários, o que se apresenta
ao público é cultura oficial, editorial por excelência (e até
escabrosa), de nomes mezzoconsagrados na sua secular
medianidade. Alguns chamam isso de valor da tradição.
Tradição, essa palavra-conceito remete à coisas boas e
também à coisas perigosas, atraso no processo do
conhecimento. Pra mim, sinceramente tá longe de
representar o melhor da nossa cultura literária, o que está
sendo vendido aí. Não se dá acesso e voz aos autores
recusados (entenda-se por recusados independentes em
geral), aqueles que fazem parte também da cultura
nacional, a literatura suja, a literatura de estorvo, a
literatura “persona non grata” no sistema. Evitado esse autor
 ao público, agride-se o todo da cultura nacional, conspurca-
se o intelecto e achata-se a literatura, como produto
estético, inventivo, construtivo, expansivo do conhecimento.
Ora, vão se catar, Senhores opressores do talento. A nossa
parte a gente tá fazendo, escrevendo... A realidade dos
nossos sonhos transformada em vida nova, o phuturo. O
phuturo das linguagens, o phuturo do estético, o phuturo do
conteúdo bom, forte, revolucionário. Tem que pegar pesado
com essa gente. Onde eles botar dez autores
(tradicionalistas de linguagem) nós temos que botar mais
dez doidos, de caótica linguagem. Quando eles enfrenar a
vida das linguagens com bridão de aço, devemos atropelar
o corcel, veloz, triloz dos novos tempos, na arte e na
literatura, com ousadas variações do fazer. Parem de se
iludir garotos com grupelhos poéticos, afetações de ser
escritor ou poeta, seus blogs, sites, seus posts, nessa árida
terra da especulação, do embuste, do retorno fácil a
qualquer investimento, e que em arte verdadeira, não existe
nenhum. Só se chega a uma dessas grande editoras, dando
pra alguém... sabe-se lá o que? Ou vendendo a alma ao
diabo. Tô de saco cheio, já deu pra sentir né, com essa
palhaçada!? Nunca vou ter coragem de dizer pra um menino
que quer ser escritor que se deve ser um idiota: escrever
certinho, com regras (razão) esquemas de fácil
entendimento, a um público, composto de outros tantos
idiotas como ele o escritor. (Segredo do sucesso). E
o “desregramento dos sentidos” de que dizia Rimbaud? E os
fantasmas interiores? E o mergulho no mundo do profano,
do caótico, do que é pura verthigem? O artista no fio da
navalha, entre os duplos, céus x infernos, limpo x imundo,
cândido x cruel... O artista garimpando nos espaços do

indizível, abrindo canais de comunicação com o
desconhecido. Em primeiro lugar devo começar assim:
como abduzido & recusado clássico que sou devo dizer lhe
que... patati patatá patatá... Toda ilusão de reconhecimento
nesse estúpido mundo da literatura, manipulado por
interesses e gente sem o menor critério de avaliação, é vã.
Esse status broxanthi’s, mesmo assim, não será capaz de
nos fazer desistir do sonho-bom: nossa indignação pelas
linguagens atirada aos bons e maus espírithos. Nossa
busca de razão, desrazão, no caos. Posso dizer no
prosseguinte de mim, que primeiro temos que mostrar a
nossa face, produtora de cultura. A nossa face, verdadeira
na pegada... desbancar a má tradição que não condiz com
os endereçamentos bons ao phuturo. A teleológica da
pruzirithílica é essa: acrescer no processo, romper
paradigmas, inventar e não diluir, como já bem colocou Erza
Pound. Apontar os responsáveis pelo mau uso dos meios
de produção do livro, coisa que nos envergonha e ao país,
pois que muitos nem brasileiros são, e os brasílicos já estão
meio-vendidos nessa coisa de transformar literatura em
mercadoria “barata”... Esses obtusos Senhores da
escuridão, estão ditando as regras do jogo cultural. Do que
deve ser lido, vendido e o pior de tudo: escrito. É pra
acabar... e a nossa pátria varonil, nada faz pra rebater o
império do baixo espíritho. De parte do Governo, o MINC tá
por fora. Ninguém vê, ou se vê, faz que não vê... o que está
acontecendo. Não é pouca coisa, quando gerações e
gerações de autores, estão sendo massacradas por um
sistema produtivo do livro, que as anula no plano da criação
& chegada ao público leitor. Tive uma ideia: nós também
vamos começar a recusa nos livros editados por vocês.
 Vamos carimbar na capa R E C U S A D O e espalhar por
aí. O meu grupo de excluídos é grande pra mais de metro. É
muita gente mesmo... um perigo! Tá na hora de
denunciarmos a nhacaziiiraaaa que estão fazendo com a
literatura brasileira. Um país deve estar atento à produção
de seus autores, o que realmente é vigoroso em termos de
linguagem, construção do espíritho, e não a essa literatura
insossa que grassa por aí, com todo o empenho midiático
de supervalorização. A estampa cultural de uma nação é o
que ela tem de verdadeiro na arte, na literatura, na poesia,
NUNCA O QUE É FEITO MERAMENTE PARA SER
ABSORVIDO POR ESTE OU AQUELE PÚBLICO.
Absorvido, levemente encantador (de trouxas), o que não
faz consequência, não causa, não transforma... O universal,
o absoluto, em arte, se impõe por seus próprios meios,
forma, conteúdo bom, e não depende de jogadas de
marketing, mentiras, engambelações. Não posso mentir às
crianças, não posso iludir os meninos escribas que estão
vindo, com “maravilhas” nas letras do país. Isso aí, já tem
muito professor, acadêmico em geral e marqueteiro editorial
fazendo. É um des-serviço à cultura e a sociedade. Comigo
é na veia... se criamos galinha de três pernas, ei-las... não
vamos enfeitar o pavão da mediocridade. A coisa tá de mal
a pior nessa área do livro impresso. As armas devem ser as
mesmas, os meios, os mesmos, os recursos os mesmos,
para uma cultura dita oficial, estabelecida ou tradicional e
aquela que jaz nas gavetas, no limbo da recusa. Literatura
independente, a custo e suor dos autores. Afinal de contas,
não é o homem o que deve cercear o homem, obscurecer a
obra, a criação. Deixa o louco falar, por favor, deixa o
louco escrever, edite o louco-bom, deixa o inventor
 trançar cateto com hipotenusa, na enteléquia da
proselitílica. Porra! E, vamos promover isso. Senão vai
rolar só titica de galinha nas nossas cabeças de cabritos
super-resignados. É outro o descortínio de signos que
pretendemos, outro chão, outro céu e outro inpherno.
P S. A sacanagem é bem maior do que a gente possa imaginar.
jAiRo pEreIra
Autor de O abduzido –prosa longa- 584 pgs., Arijo – romance rapsódico,
1.097
recusados
pgs., O antilugar da poesia –manifesto-, e outros. Todos
por editores comerciais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Real Time Web Analytics