sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

do Filosofo Miguel.A.C.Dias

O que é integração? Que vem a ser isto? Algum Clube? Nada disto. A proposta é partirmos da obviedade de que fazemos parte do Universo. Tão simples? Sim, bem simples, só que as coisas simples são as mais difíceis de serem alcançadas, justamente por serem simples. Mas e daí? Somos parte do Universo, e daí? Daí que tudo que, de modo geral, nos é ensinado nesta sociedade nos remete para longe de uma possível integração com o Universo, a começar pela falsa idéia de Livre Arbítrio que nos é passada. A própria idéia do “poder do pensamento positivo” nos leva a crer que “tudo podemos”. O observador atento, depois de algumas desventuras percebe que, na prática, somos joguetes da vida, que não a determinamos como nos parecia possível. O ato de aceitar a vida como ela se nos apresenta nos leva a nos imaginar como covardes, como “passivos”, numa idéia de falta de atitude nossa para com o meio. Há uma letra de música, por demais conhecida, composta por Geraldo Vandré, que equivocadamente diz: “Quem sabe faz a hora...”. Ora, gente, ninguém faz a hora, mas temos que saber aproveitar a hora quando ela chega. Se, naquele momento, o da música, muitos morreram, não foi porque pensaram que estavam fazendo a hora, mas porque pensavam que “era a hora”, o que é diferente, só que o refrão ficou de maneira perigosa, pois é um sofisma. Visto está que, se não podemos fazer a hora, então temos que aguardá-la. Mas para quê? Aí é que está. O que queremos, ou melhor, o que é que nos é próprio querer? Esta é a pergunta que temos de nos fazer, só que não recomendo buscar resposta no racional, que é um campo minado pelos preconceitos. O único espaço limpo está no sentir, uma área pouco explorada em nossa cultura ocidental que, como disse acima, descambou para o consumismo, para o Ter, desprezando a busca da integridade, minando o caráter do indivíduo, corrompendo-o.

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