A minha dor,vesti-a de brocado,
Fi-la cantar um choro em melopeia,
Ergui-lhe um trono de oiro imaculado,
Ajoelhei de mãos postas e adorei-a.
Por longo tempo,fiquei assim prostrado,
Moendo os joelhos sobre lodo e areia.
E as multidões desceram dos povoados,
Que a minha dor cantava de sereia...
Depois,ruflaram alto asas de agoiro!
Um silêncio gelou em derredor...
E eu levantei a face, a tremer todo:
Jesus!Ruíra em cinzas o trono de oiro!
E, misérrima e nua,minha dor
Ajoelhara ao meu lado,sobre o lodo.
José Régio
Matiello Faz Aniversário
Há 5 anos
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