Oi, Dila
Te roubei três discos quando aí estive. Na verdade, não foram os discos, apenas as músicas, transformadas em mp3. Os três são da Leny Andrade, cantora que sou amarrado por causa da música "batida diferente".
Somente hoje saí da inércia para escutá-los.
Para me redimir do roubo, vou analisá-los. Por favor, escuta-os de novo e me confirma se não tenho razão,
O primeiro, de Leny e Romero Lubambo. Uma decepção. Essa estória de voz e violão só vale se o instrumentista é um avião, como o saudoso Rafael Rabelo ou, pensando com mais distância no tempo, Baden Powel. O Sr. Romero não tem tudo isso. Então o disco fica de uma mesmice de dar dó. Não consegui ouvir todo.
O segundo, "O melhor de Leny Andrade" também foi escutado com enfado. A música evoluiu muito, desde o século passado. Os americanos nos deram gigantes musicais, como Gershwin e Cole Porter, entre outros. O Brasil forneceu gênios, como Tom Jobim e Marcos Valle, só para citar dois. Desde a "influência do jazz" e da bossa nova, houve grande evolução na harmonia, permitindo a geração de arranjos notáveis e criativos. Isso se nota no estilo que se chamou "vocal jazz", onde excelentes cantores (as) são acompanhados de instrumentistas habilidosos, que denotam preparação e técnica.
Ora, voltando para nosso disco, vamos prestar atenção aos arranjos. São todos iguais, como se o arranjador estivesse sem vontade ou preparo de montar a orquestração. Os músicos parecem que tocam sem vontade, apenas para cumprir um compromisso. Vê-se em mais de uma música a mesma sequência melódica nos metais. O piano é um caso à parte. Para começar, não é um piano de verdade, apenas um teclado elétrico, com som desagradável, que Tom Jobim apelidou de aporrinhola. O pianista, embora demonstre uma paixão incontida por Cesar Camargo Mariano, está há anos luz dele. A própria Leny canta sem o seu costumeiro encanto, como se tivesse contaminado com a mediocridade reinante. Ela usa demasiadamente as blue notes, fazendo a sua interpretação soar como um cacoete.
O terceiro, Leny Andrade e Johnny Alf, é uma pérola. Escutei-o com paixão.
Bem cumpri minha missão.
Grande abraço
José
Opinião do Arquiteto José Lisboa-
Te roubei três discos quando aí estive. Na verdade, não foram os discos, apenas as músicas, transformadas em mp3. Os três são da Leny Andrade, cantora que sou amarrado por causa da música "batida diferente".
Somente hoje saí da inércia para escutá-los.
Para me redimir do roubo, vou analisá-los. Por favor, escuta-os de novo e me confirma se não tenho razão,
O primeiro, de Leny e Romero Lubambo. Uma decepção. Essa estória de voz e violão só vale se o instrumentista é um avião, como o saudoso Rafael Rabelo ou, pensando com mais distância no tempo, Baden Powel. O Sr. Romero não tem tudo isso. Então o disco fica de uma mesmice de dar dó. Não consegui ouvir todo.
O segundo, "O melhor de Leny Andrade" também foi escutado com enfado. A música evoluiu muito, desde o século passado. Os americanos nos deram gigantes musicais, como Gershwin e Cole Porter, entre outros. O Brasil forneceu gênios, como Tom Jobim e Marcos Valle, só para citar dois. Desde a "influência do jazz" e da bossa nova, houve grande evolução na harmonia, permitindo a geração de arranjos notáveis e criativos. Isso se nota no estilo que se chamou "vocal jazz", onde excelentes cantores (as) são acompanhados de instrumentistas habilidosos, que denotam preparação e técnica.
Ora, voltando para nosso disco, vamos prestar atenção aos arranjos. São todos iguais, como se o arranjador estivesse sem vontade ou preparo de montar a orquestração. Os músicos parecem que tocam sem vontade, apenas para cumprir um compromisso. Vê-se em mais de uma música a mesma sequência melódica nos metais. O piano é um caso à parte. Para começar, não é um piano de verdade, apenas um teclado elétrico, com som desagradável, que Tom Jobim apelidou de aporrinhola. O pianista, embora demonstre uma paixão incontida por Cesar Camargo Mariano, está há anos luz dele. A própria Leny canta sem o seu costumeiro encanto, como se tivesse contaminado com a mediocridade reinante. Ela usa demasiadamente as blue notes, fazendo a sua interpretação soar como um cacoete.
O terceiro, Leny Andrade e Johnny Alf, é uma pérola. Escutei-o com paixão.
Os dois estão nos seus melhores momentos (parece que o Johnny Alf sempre esteve em seus melhores momentos). Os arranjos são bem brasileiros, singelos, mas existe o cuidado de bem vestir cada canção. Há cordas quando se espera que hajam, metais na medida certa. Tudo com muito bom gosto.
Leny canta com alma, nesse disco, inclusive a minha favorita, "batida diferente" ou "estamos aí", não sei mais ao certo.
Leny canta com alma, nesse disco, inclusive a minha favorita, "batida diferente" ou "estamos aí", não sei mais ao certo.
Bem cumpri minha missão.
Grande abraço
José
Opinião do Arquiteto José Lisboa-
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